Encontra-te mas não me percas.
Sinto a tua falta
Sem saber se já foste ou ainda pensas em voltar, vou sentindo a tua falta. Falta dos teus pormenores, falta de quando falavas a sorrir, falta do teu cheiro, do som da tua voz e principalmente da tua gargalhada. A pior forma de sentir falta é esta, não sabendo se ainda vens ou já foste de vez, não conseguir entender se vale a pena não desistir de ti como pediste ou se é mesmo um caso perdido. Sim a falta é pior quando te sentes completamente impotente e envolto em dúvida, em incerteza.
~Jucathe
Um lugar que não é teu
Parte de mim acredita que quando tens que lutar muito por um lugar na vida de alguém então esse lugar não te pertence. Tu tentas chegar umas coisas para o lado, empilhar outras, ainda guardas alguma coisa naquela divisão “da desarrumação” tudo só para teres um cantinho onde ficar. Mas tu sabes que não resulta, há coisas que têm que ser jogadas fora para que tu possas caber. A pior notícia é que não és tu que as tens que jogar fora, é o outro. E sabes… o outro nem sempre está disposto a isso.
~Jucathe
Quanto atinges um certo número de tropeços, quando a tua alma está repleta de cicatrizes e o teu coração é composto de remendos mal cosidos torna-se fácil não acreditar em quase ninguém e duvidar da grande maioria das pessoas. Dares-te mal é o inicio perfeito de uma protecção que nós próprios, um isolamento magnifico que impede a dor e qualquer outro sentimento de entrar. E juro-vos, tudo corre bem até ao momento que vem uma alminha que por algum motivo desconhecido até ao momento de toca bem no meio desses remendos todos. Ai amigos, fodeu (ups, um palavrão… Posso dizer palavrões certo? Claro que posso, quem manda aqui sou eu). Mas como eu ia a dizer, fodeu mesmo, lá se vai esse escudo protector que tão bem te protegia de toda e qualquer emoção. E o resto, bem o resto da história acho que já todos conhecem.
“Então vamos viver, um dia a gente se encontra”
Não quero ser este teu “viver” até chegar o dia do encontro que (ainda a) esperas. Sim, eu sei que é cedo. E tão pouco quero eu apressar alguma coisa, estamos tão bem assim. Só não sei lidar com fantasmas humanos e não posso nem quero ser apenas um remendo temporário.
Nem sei que título dar
Um dia tu atas, dás a volta, passas por dentro e fazes um laço. No dia seguinte, puxas delicadamente a ponta soltas a linha, desmanchando o laço. É assim que eu nos sinto, uma linha – frágil linha.Linha essa que é constantemente enlaçada e solta como quem solta areia ao vento. Entende, eu não quero de forma alguma que sejamos um nó, nem tão pouco que te nos sintamos atados, quero que nos enlacemos, que de nós surja um laço, que fiquemos juntos só porque sim, só porque isso nos faz felizes, nos dá paz, nos completa. Um laço seguro, apenas isso.
~Jucathe
O momento que mudou a minha vida
Não, não foi naquela manhã nublada, o tempo estava triste, eu estava triste, a minha vida estava triste e nervosa, inquieta e estática no mesmo instante. Não foi aquela janela de chat errada, não foi aquele engano que mudou a minha vida – vá, se quisermos ser racionais e objectivos, foi, mas…
Foi aquela terça-feira de sol, aquele dia em que sai do trabalho e tu já me esperavas no café, mas ainda assim toda eu estava em reboliço, o coração apertadinho e eu sem ter muita certeza acerca do que estava a fazer. Engraçado, lembro-me como se fosse hoje, como se tivesse acontecido à cinco minutos atrás, andei às voltas com o carro e fui pelo percurso mais longo e inimaginável. E tudo isto para quê? Apenas porque tinha receio do desconhecido, medo de acabar o assunto e aquele silêncio ensurdecedor tomar o controle. Tudo isto para tentar adiar o momento que iria mudar a minha vida, não o momento que te encontrei mas sim o momento em que sorriste. Já referi aqui que o teu sorriso me salvou? Pois é, foi ele que me fez esquecer as horas, dizer tudo o que me vinha à cabeça sem pensar muito no que poderia ficar bem dizer ou no que ficaria terrivelmente mal. Poderia dizer todos os sentimentos e sensações que tive naquele momento, mas posso resumir tudo ao que a minha vida precisava mais do que qualquer outra coisa: paz!
~Jucathe
Porquês
“Porquê eu?” – Perguntou ele em busca de respostas. A primeira resposta que me veio à cabeça foi “por causa do teu sorriso, sabes, é como se conseguisse salvar o mundo, e salvou-me, a verdade é essa”. Mas não disse, rondei a questão com as respostas mais cliché que alguém possa imaginar. Cada palavra que proferi era de a mais pura das verdades, mas aquele sorriso, era a resposta mais pura que poderia ter.
~Jucathe
Aposto que tenho azar no jogo
“Tenho azar em qualquer género de apostas” – disse ela, e logo de seguida sorriu ironicamente. Há semanas que nos seus diálogos mentais afirmava que estava a apostar nele, neles os dois. Apostar. Sempre que o fazia perdia, perdia todas as moedas que gastou na compra de raspadinhas, todo o dinheiro gasto na lotaria, até as apostas mais ingénuas entre crianças ela tinha tendência a perder desde há muito. E até então, toda a vez que pegou nas suas fichas e apostou-as todas em alguém que jurava que poderia valer a pena, perdia, perdia-se para bem dizer. Não pôde evitar perguntar-se se esta seria mais uma aposta perdida, mais uma vez que ia acabar rasgada, furada, queimada vida. “Quem sabe não ganho a minha primeira aposta” – disse ela a si mesma com a confiança com que todo o bom apostador lança os dados.
~Jucathe
Medo
Medo, esse canalha que me faz recuar, que me deixa perdida no meu próprio silêncio, afogada no meu mar de pensamentos auto-destrutivos e pessimistas. A insegurança apodera-se de mim e bloqueia os meus passos, os meus gestos, os meus movimentos.
Sim, sou dessas miúdas inseguras que pisam firma em cima do salto enquanto o coração não bate, só treme engasgado. Dessas que tu olhas, lá em cima dos seus 15 centímetros de tentativa de confiança, cabelo arranjado e maquilhagem feita. Sou dessas que transmite uma imagem tão segura que chega a roçar na arrogância. Mas como te enganas, como vocês todos se enganam. Não passo de uma menina que se equilibra melhor em cima de saltos altos do que na própria vida.
~Jucathe